sexta-feira, 8 de março de 2013

Esse blog está relacionado ao meu tema de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que será produzido em dupla, cujo tema é Limites e Possibilidades da Perspectiva Avaliativa na Educação Infantil, neste ambiente colocarei minhas produções, assim como diversas referências que possivelmente utilizarei a respeito do tema... escolhemos esse tema por entender que a Educação Infantil é uma etapa muito importante que deve ser vista com todas as suas especificidades e merece uma atenção especial, por ser o início da escolarização do indivíduo. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Entrevistas à coordenadores de curso à distância na UFAL


COMO SER COORDENADOR NA MODALIDADE À DISTÂNCIA
Maria das Graças dos Santos Barbosa[1]
Priscilla Rafaela Zuben de Souza
Roseany Pinheiro Sedrins

RESUMO: Este trabalho surgiu de algumas entrevistas realizadas a coordenadores de curso à distância na Universidade Federal de Alagoas, com objetivo de saber como acontece a organização dessa modalidade no campus, foram realizadas apenas duas entrevistas, através de um questionário abrangendo questões relativas a quantidade de alunos, ao tipo de seleção, a duração do curso, ao surgimento do mesmo, aos pontos positivos e negativos etc. todas essas perguntas tiveram a finalidade de analisar em que situação se encontra à educação à distância na Ufal. Nos resultados, obtivemos que existem cinco cursos que possuem a modalidade à distância, que são: pedagogia, física, matemática, sistema de informação e administração, mas conseguimos entrevistar apenas dois coordenadores.

Palavras-Chaves: Educação à distância  – coordenadores – UFAL.

INTRODUÇÃO
Esta pesquisa teve como objetivo conhecer um pouco sobre a modalidade de ensino Educação à distância, nos cursos da Universidade Federal de Alagoas, para tanto foram realizadas entrevistas com os coordenadores de cursos de pedagogia e física com perguntas sobre a temática de EAD.  Apesar de ter sido realizada apenas com dois coordenadores, percebe-se como a educação na modalidade à distância tem aspectos parecidos, e essa modalidade de ensino é de grande importância para aqueles que não têm tempo para estudar no modo presencial, facilitando assim, a formação dos mesmos.

 Entrevista com o coordenador de Educação à distância do Curso de Física
Entrevistamos o professor Kléber Cavalcante Serra, coordenador de Educação a distância do curso de física, ele se mostrou muito prestativo em nos fornecer as informações que necessitaríamos, a partir de nossa conversa ele relatou que o curso na modalidade EAD existe para o curso de física desde 2007, surgiu de um projeto elaborado pelo prof. Elton ex - diretor do centro de Educação que o convidou para ser responsável por esse curso, já que não seria legível que fosse proposto pelo CEDU, o professor Kléber aceitou a proposta e a partir daí deu-se inicio a organização da primeira turma.
Nos primeiros anos os alunos para a EAD eram selecionados da mesma forma que os alunos presenciais, através do vestibular, elaborado pela COPEVE, porém atualmente foi modificada essa forma de ingresso no curso, primeiro porque 80 % das vagas estão destinadas aos professores, que por algum motivo atuam na área, mas não possuem a graduação, estes professores se inscrevem na plataforma Lattes e entram automaticamente sem que seja preciso fazer prova. O restante das vagas (20 %) são destinadas aos alunos que apenas terminaram o ensino médio e sentem desejo de ingressarem em uma faculdade a distância, esses alunos passam por um processo seletivo muito simplificado, uma prova com 40 questões de física, português e matemática, porém o que acontece é o seguinte, é muito raro aparecerem professores, normalmente aparecem 3 ou 4 e não preenche os números de vagas, por isso as vagas restantes são remanejadas para os alunos que estão vindo do ensino médio.
Ao perguntarmos quantos alunos há no curso atualmente o professor nos fala que é uma pergunta difícil de ser respondida atualmente, pois existem na média de 90 alunos que entraram em 2007 no curso e que não tem mais condições de passarem, pois ainda permanecem no terceiro ou no quarto semestre, não conseguem mais concluir o curso, pois o curso tem a duração de 04 anos (normal) ou 07 anos (prolongado) e o tempo limite deles ultrapassa esses tempos. Porém dos que frequentam atualmente, ele nos informa que são no total de 130 alunos. Os encontros presenciais acontecem todos os sábados letivos do ano e duram o dia inteiro sendo que são ministradas uma disciplina por turno, duas por dia e cinco disciplinas por semestre.
Ao ser perguntado sobre as dificuldades encontradas em trabalhar na coordenação da EAD, imediatamente ele nos responde que há nenhuma, pois sempre foi uma pessoa bastante articulada, também nos relata que por ter frequentado bastante a CIED sentiu-se bastante familiarizado com o cargo e logo que começou a trabalhar na coordenação convidou duas moças da CIED para trabalhar juntamente com ele, fazendo o trabalho de escritório com ele, logo depois consegue, através de seus contatos, que uma jovem secretária financeira venha trabalhar juntamente com a equipe já formada, com o passar dos anos as duas moças da secretaria saem, porém ele sempre tem o auxilio de bolsista para ajudá-lo nos trabalhos de coordenação.
Todavia, segundo ele, existe muito mais na coordenação de um curso EAD, não é apenas com a organização do espaço que este tem que se preocupar, a principal atenção se dá em torno da evasão dos alunos, perguntamos a ele qual o motivo principal dessa evasão e ele nos responde que se dá devido à falta de mão de obra no mercado, pois um aluno que começa no curso logo consegue emprego e muitas vezes não terminam o curso, o que é excelente pra o empregador deste professor, pois o pagamento é inferior devido este não possuir o diploma.
Outra dificuldade se dá a falta de acesso, em muitos casos, a internet de qualidade, isso ocorre principalmente com alunos do interior, também existe uma série de outras dificuldades como, por exemplo: um aluno do interior necessita uma vez por semana está na cidade polo (Arapiraca e Maceió) para os encontros presenciais isso acarreta uma série de gastos com transporte, alimentação e etc. Além da falta de infraestrutura para os encontros presenciais e a oferta escassa de professores para esta modalidade.
Fazer a EAD funcionar é um desafio constante, pois se depararmos para as dificuldades desistiremos imediatamente por isso que devemos olhar para os benefícios que ela nos traz para a educação. Pois a EAD é uma possibilidade de formar, é a possibilidade de levar a diferentes lugares uma educação de qualidade, principalmente no interior, é possibilitar que o trabalhador que não tem tempo para frequentar um curso presencial tenha acesso a essa educação, porém para que isso deixe de ser uma possibilidade e passe a ser realidade, faz-se necessário que o aluno se conscientize que só depende dele, entenda a importância que a EAD tem, pois um aluno de EAD precisa ser disciplinado, organizado e um pouco autodidata, pois ele estuda sozinho, é orientado, mas estuda só.
Para finalizar o professor nos relata que existe muitas reclamações dos alunos por meio desse estudo individualizado, eles chegam aos encontros presenciais e querem aulas e muitas vezes não se satisfazem com o que é trabalho, porém precisa-se entender que essa é a proposta da EAD, ela é voltada para aquele aluno trabalhador e que não tem tempo de frequentar as aulas, conta-nos que existem casos que os alunos pensam em mudar para a modalidade presencial, porém tem-se uma conversa esclarecendo as coisas, perguntando qual é a possibilidade desse aluno frequentar aulas, que horário ele faria isso e logo esse pensamento desaparece, acontece o inverso também há casos de alunos presenciais mudarem para a distância justamente por levarem em consideração o fator tempo.
Entrevista realizada com coordenadora do curso de pedagogia à distancia
A entrevista foi realizada com a professora e coordenadora de EAD em pedagogia, professora Elza Maria, que nos informou que o curso de EAD existe desde 1998 a partir do primeiro modelo semipresencial, onde o material impresso era de formato mais significativo, porque muitos alunos moravam no interior e não tinham computador em casa, o que dificultava muito nas aulas a distancia, em 2006 com a criação da UAB o curso começou a acontecer online. Com relação à entrada no curso, a seleção de alunos para esta modalidade é realizada através do processo seletivo seriado que é pela COPEVE, mas as provas não são iguais as da seleção presencial.

Sobre a quantidade de alunos, a entrevistadora afirmou que o curso atualmente conta com cerca de mil alunos e que a duração do curso é de oito períodos, ou seja, de quatro anos, igual ao presencial, mas as vezes eles terminam um ou dois meses após os alunos da modalidade presencial.

O modelo do curso é parecido com o presencial e tem a mesma carga de disciplinas, já a diferença do presencial é que cada disciplina tem três momentos: 30% são presenciais e a outra parte é acompanhada pelo tutor, este tutor é selecionado por um edital publico. O tutor tem que ser formado na área e ter especialização.

A respeito das dificuldades de coordenar um curso a distancia, a entrevistada fala que, por se tratar de um trabalho que acontece por uma rede de computadores ligada a internet, a sua qualidade depende da boa funcionalidade desses fatores. Sobre os benefícios que a educação a distancia trás para a educação de alagoas, ela respondeu que, um deles, é a possibilidade dos professores se qualificarem e a ampliação da oferta, e melhorar os índices de educação.

CONCLUSÃO
Dessa maneira podemos concluir que a educação na modalidade à distancia vem ganhando muitos adeptos ao longo dos anos, por possibilitar o acesso dos alunos a uma graduação ou a continuidade dos estudos. Aos poucos esse acesso se torna efetivo nesta universidade, através de alguns cursos. 

[1] Alunas do 5º período do curso de Pedagogia do Centro de Educação da  UFAL.

















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Entrevista com Luckesi sobre Avaliação


Entrevista com Cipriano Carlos Luckesi


Provas e exames, segundo o educador, são apenas instrumentos de classificação e seleção, que não contribuem para a qualidade do aprendizado nem para o acesso de todos ao sistema de ensino



CIPRIANO LUCKESI   "Proponho que as escolas invistam em uma práticapedagógica construtiva e paralelamentetreinem para o vestibular"

Cipriano Carlos Luckesi é um dos nomes de referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializou ao longo de quatro décadas. Nessa trajetória, que começou pelo conhecimento técnico dos instrumentos de medição de aproveitamento, o educador avançou para o aprofundamento das questões teóricas, chegando à seguinte definição de avaliação escolar: "Um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão". Portanto, segundo essa concepção, não há avaliação se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem. Atingido esse ponto, Luckesi passou a estudar as implicações políticas da avaliação, suas relações com o planejamento e a prática de ensino e, finalmente, seus aspectos psicológicos. As conclusões do professor paulista, que vive desde 1970 em Salvador, apontam para a superação de toda uma cultura escolar que ainda relaciona avaliação com exames e reprovação. "Estamos trilhando um novo caminho, que precisa de tempo para ser sedimentado", diz. Luckesi, que é professor aposentado, orientador de pós-graduandos e integrante do Grupo de Pesquisa em Educação e Ludicidade da Universidade Federal da Bahia, concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA.

Como é feita, hoje, a avaliação de aprendizagem escolar? 
A maioria das escolas promove exames, que não são uma prática de avaliação. O ato de examinar é classificatório e seletivo. A avaliação, ao contrário, diagnóstica e inclusiva. Hoje aplicamos instrumentos de qualidade duvidosa: corrigimos provas e contamos os pontos para concluir se o aluno será aprovado ou reprovado. O processo foi concebido para que alguns estudantes sejam incluídos e outros, excluídos. Do ponto de vista político-pedagógico, é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque centrada na pessoa do professor e no sistema de ensino, não em quem aprende. 

Que métodos devem ser usados? 
A avaliação é constituída de instrumentos de diagnóstico, que levam a uma intervenção visando à melhoria da aprendizagem. Se ela for obtida, o estudante será sempre aprovado, por ter adquirido os conhecimentos e habilidades necessários. A avaliação é inclusiva porque o estudante vai ser ajudado a dar um passo à frente. Essa concepção político-pedagógica é para todos os alunos e por outro lado é um ato dialógico, que implica necessariamente uma negociação entre o professor e o estudante. 

Por que se insiste na aplicação de provas e exames? 
Nós, educadores do início do século 21, somos herdeiros do século 17. O modelo atual foi sistematizado na época da emergência da burguesia e da sociedade moderna. Se analisarmos documentos daquele tempo, como o Ratio Studiorum, dos padres da ordem dos jesuítas, ou a Didactica Magna, do educador tcheco Comênio, veremos que o modelo classificatório que praticamos hoje foi concebido ali. Muitos outros educadores propuseram coisas diferentes desde então, mas nenhuma dessas pedagogias conseguiu ter a vigência da pedagogia tradicional, que responde a um modelo seletivo e excludente. Existem também razões psicológicas para a insistência nos velhos métodos de avaliação: o professor é muito examinado durante sua vida de estudante e, ao se tornar profissional, tende a repetir esse comportamento. 

Existe alguma justificativa pedagógica para o recurso da reprovação? 
Do ponto de vista pedagógico, de fato, não existe nenhuma razão cabível. A reprovação é um fenômeno que, historicamente, tem a ver com a ideologia de que, se o estudante não aprende, isso se dá exclusivamente por responsabilidade dele. As frases reveladoras são aquelas do gênero "eles não querem mais nada", "não estudam", "não têm interesse" etc. Muitas outras razões, além do próprio aluno, podem conduzir ao fracasso escolar, como as políticas públicas que investem pouco no professor e no ensino, com baixos salários e problemas de infra-estrutura. O recurso da reprovação não existe em sistemas escolares de países que efetivamente investem na qualidade da aprendizagem. 

O que revelam os altos índices de reprovação, sobretudo na 1ª série? 
Há aspectos internos e externos à escola. Os externos são a escassez de recursos e as más condições de ensino. Os fatores internos dizem respeito à relação professor-aluno. O professor ensina uma coisa, o estudante entende outra; ensina de uma forma e solicita que seja colocada em prática de outra; ou não usa atividades inseridas no contexto do aluno. Por exemplo: nas séries iniciais, o programa prevê o aprendizado de números múltiplos. Então pergunta-se no teste: "Quais os números menores de 200 múltiplos de 4 e de 6?" A parte que fala em "menores de 200" só está lá para confundir o aluno e complicar a questão. Muitas crianças são reprovadas porque o instrumento de avaliação é malfeito e as conduz ao erro. 

Por que tanta repetência na fase de alfabetização? 
Existem estudos estatísticos mostrando que o tempo médio de alfabetização no Brasil é de 22 meses. Em algumas regiões, alfabetiza-se em seis meses; em outras, demora-se três anos. Por isso se estabeleceram os ciclos de aprendizagem. Mas não se investiu na qualidade. Se houvesse esse investimento, um ano de alfabetização seria suficiente. Aqui na cidade de Salvador há um projeto em que são atendidos meninos que não conseguiram aprender a ler e escrever em até seis anos. Com uma abordagem correta, alfabetizaram-se em seis meses. Eu tenho certeza de que qualquer criança com 6 anos e meio ou 7 se alfabetiza em um ano. 

Até que ponto o sistema de vestibular determina as avaliações escolares hoje? Vestibular não tem a ver com educação, mas com a incapacidade do poder público de fornecer ensino universitário para quem quer estudar. Agora, todo o ensino, desde o Fundamental, está comprometido com o vestibular. É por isso que é tão comum a adoção de testes que não medem o aprendizado, mas treinam para responder perguntas capciosas. Eu proponho que as escolas invistam em uma prática pedagógica construtiva e paralelamente treinem para o vestibular, com simulados como os feitos pelos cursinhos. Já existem escolas no Brasil que investem na qualidade de ensino e ao mesmo tempo conseguem colocar mais de 90% dos seus estudantes na faculdade, sem necessidade de cursinho. 

O que é preciso para planejar a avaliação de um determinado período letivo? 
O currículo escolar estabelece conteúdos para cada nível. É um parâmetro que tem de ser conhecido. Depois é essencial o planejamento de ensino, que direciona a prática pedagógica. Vamos supor que eu vá ensinar adição. Vou trabalhar o raciocínio aditivo, fórmulas de adição, propriedades, solução de problemas simples e solução de problemas complexos. Esse é o panorama que irá assegurar a prática de avaliação. Se o estudante tem o raciocínio, mas dificuldade de operar, preciso treinar essa fase. Um planejamento didático consciente prevê a elaboração de instrumentos e a correção deles quando ela for necessária para a reorientação do curso do aprendizado. 

De que forma a preparação do currículo influi nesse processo? 
O currículo tem de distinguir e prever o que é essencial. O que for ampliação cultural deve ser abordado apenas se houver tempo. Muitas vezes o que ocorre é uma distorção: tomar o livro didático como roteiro de aulas e considerar essencial o que está ali como ilustração, curiosidade, entretenimento. 

O uso de notas e conceitos pode servir a um projeto de avaliação eficaz? 
Notas ou conceitos têm por objetivo registrar os resultados da aprendizagem do aluno por uma determinada escola. Eles expressam o testemunho do educador ou da educadora de que aquele estudante foi acompanhado por ele ou ela na disciplina sob sua responsabilidade. O registro é necessário. Afinal, nossa memória viva não é capaz de reter tantos dados relativos a um estudante, quanto mais de muitos, e por anos a fio. O que ocorreu historicamente é que notas ou conceitos passaram a ser a própria avaliação, o que é uma distorção. Se os registros tiverem por objetivo observar o processo de aprendizagem de cada aluno e sua conseqüente reorientação, eles subsidiam uma avaliação formativa. Mas não se esses registros representarem apenas classificações sucessivas do estudante. 

Como avaliar o modo particular como cada um aprende? É possível um atendimento tão individualizado? 
Existe uma fantasia de que, quando se fala de uma avaliação eficiente, estamos nos referindo ao atendimento de três ou quatro estudantes por vez. Mas os instrumentos de coleta de dados ampliam a capacidade de observar do professor. Se eu aplico uma avaliação para 40 alunos, não há mudança do ponto de vista da qualidade. Cada um vai manifestar sua aprendizagem por meio do instrumento escolhido. Avaliação não precisa ser por observação direta, mas por instrumentos como teste, questionário, redação, monografia, participação em uma tarefa, diálogo. Em uma classe numerosa, não posso usar entrevistas de meia hora para cada aluno. Vou produzir questionários de perguntas fechadas e trabalhar mais de perto com quem não tiver um desempenho satisfatório. 

Quais são as vantagens e desvantagens dos trabalhos em grupo? 
Se a intenção do professor é fazer um diagnóstico do desempenho de cada um, o trabalho em grupo não vai ajudar muito, porque só avalia o conjunto. Ele é mais útil como atividade de aprendizagem ou construção de tarefa. Por outro lado, o trabalho em grupo favorece o crescimento do indivíduo entre seus pares. 

Avaliação envolve um alto grau de subjetividade. Como evitar ou atenuar isso?
Há dois aspectos a considerar. Um é que o professor precisa estar honestamente comprometido com o que acredita, e isso é uma atitude subjetiva, não tem jeito. Outro aspecto é psicológico e exige autotrabalho para não deixar que questões pessoais interfiram nas profissionais. Evitar a subjetividade, nesse sentido, tem a ver com cuidar de si mesmo e do cumprimento de seus compromissos.

 

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR, Cipriano Carlos Luckesi, 180 págs., Ed. Cortez, tel. (11) 3864-0111, 24 reais 

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA ESCOLA: REELABORANDO CONCEITOS E RECRIANDO A PRÁTICA, Cipriano Carlos Luckesi, 115 págs., Ed. Malabares (aquisição somente pelo e-mail 
malabareseventos@terra.com.br ou pelo tel. 71-3356-3261), 20 reais 

INTERNET

No site www.luckesi.com.br, você encontra artigos e entrevistas de Cipriano Carlos Luckesi

 

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/cipriano-carlos-luckesi-424733.shtml

 

Algumas referências sobre Avaliação na EI


Olá pessoal, todo mundo sabe que na hora de elaborar um trabalho de conclusão de cursos é necessário ter acesso a diversas fontes para auxiliar tal processo, por isso postei aqui, algumas das possíveis referências que utilizarei em meu TCC, a maioria são de meio eletrônico, portanto deixo os links para vocês acessem se tiverem interesse pelo assunto.

 

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998.

http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/cipriano-carlos-luckesi-424733.shtml








 

segunda-feira, 4 de março de 2013

A importância de observar na Educação Infantil

Como vimos na postagem anterior, há muitos métodos pelos quais as crianças na educação infantil podem ser avaliadas, um deles é a observação. Aquele olhar que colocamos sobre a criança desde o momento em que entramos na sala de aula, até o fim do ano leitvo é de grande importância no momento avaliativo. Portanto é de grande valia observar o processo, o dia-a-dia de cada um cuidadosamente, não fazendo um juizo de valor sobre os alunos, nem deixando transparecer nossa opinião negativas quando notamos que ele ou ela não vão bem, pois como diz BASSEDAS, HUGUET & SOLÉ, "quanto mais positiva for a imagem que formamos de um aluno, mais tendência teremos de avaliá-lo positivamente e a animá-lo ou o inverso".
com isso as autoras querem dizer que, se uma aluno que sempre se sai bem em todas as atividades comete um erro em alguma atividade, o professor irá pensar que ele está passando por uma situação ruim e tentará ajudá-lo, mas se um aluno que sempre demonstrou difuculdades em resolver as tarefas cometer o mesmo erro, o docente irá tomar isso como normal, e não fará nada para interferir. Contudo é importante levar em consideração que as expectativas que os professores tem em relação aos seus alunos influenciam muito no rendimento escolar deles.
Outro ponto importante a se destacar, é a necessidade de registrar em um caderno todas as observações que são feitas sobre os alunos, em mais ou menos uma página para cada um, fazendo com que dessa maneira nenhum fique de fora desse processo tão importante que é o ato de avaliar. Tais anotações podem no futuro mostrar progressos como, ver uma criança montar sozinha um quebra-cabeça que ela antes só conseguia com a ajuda do professor, e outros exemplos mais.
Para introduzir mais essa temática sobre a observação na avaliação, leia essa reportagem da Nova Escola, que destaca maneiras exemplares de avaliar na educação infantil!
 
referências:
BASSEDAS, Eulália, HUGGET, Teresa e SOLÉ, Isal Aprender e ensinar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1999.
 
 

 Melhor que boletim

Análise descritiva é o melhor jeito de avaliar na creche e na pré-escola. Veja aqui como professoras de São José dos Campos e São Paulo estão fazendo isso

 Roberta Bencini (novaescola@atleitor.com.br) 
 
 
 
 
 
 
Carta para o garoto Ivan: avaliação individual aponta os principais avanços do seu desenvolvimento. Foto: Gustavo Lourenção. Clique para ampliar
 
 
 
No final do ano passado, a mãe de Ivan Correia, 6 anos, teve uma surpresa. A avaliação do filho não veio endereçada a ela, como de costume, mas ao próprio menino, pela professora Glória Maria Ribeiro dos Reis, da EMEI Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos (SP). Cada conquista dele em Matemática, em Leitura e Escrita, em Artes e no relacionamento com os colegas consta da carta. Iniciativas desse tipo ainda são raras na Educação Infantil. O mais comum é a avaliação numa tabela, com conceitos e conteúdos do período. O desenvolvimento da criança é classificado como excelente, muito bom, razoável e precisa melhorar. O boletim é acompanhado de frases do tipo: Carlos é bonzinho, Maria é muito esperta, Antônio está bastante avançado...
"Comparações entre as crianças e turmas e boletins em forma de fichas feitos apenas no final do trimestre são superficiais e não ajudam a melhorar a aprendizagem", diz Zilma Ramos de Oliveira, professora de Psicologia do Desenvolvimento da Universidade de São Paulo. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a avaliação deve incluir o acompanhamento e o registro do dia-a-dia em sala de aula. Portanto, todas as crianças têm direito a uma análise profunda, crítica e reflexiva sobre seus avanços cognitivos, motores, afetivos e sociais. E isso inclui o respeito ao ritmo e às particularidades de cada uma.
Algumas escolas anexam ao texto descritivo fotografias, fitas de vídeo e portfólios. Seja qual for o produto final, o resultado depende de uma rede que começa com o projeto pedagógico da escola, passa pelo plano, anual ou semestral, até chegar ao planejamento do professor. "A avaliação é um dos momentos mais importantes do trabalho docente. Nela ficam evidentes as concepções educacionais da escola", afirma Zilma.
Ao escrever sobre Ivan, Glória não o comparou a nenhum de seus colegas. A observação do desempenho do garoto tinha como objetivo ajudá-lo a se adaptar ao ambiente escolar e a evoluir. Notas e conceitos não demonstrariam o momento em que ele estava no processo de aquisição do conhecimento. Boletins e fichas atendem apenas às necessidades da escola e muitas vezes se baseiam em uma atividade específica.
Para analisar um ser humano, é preciso conhecer sua história e suas preferências, dificuldades e conquistas. A observação é a chave do sucesso de uma avaliação, e o olhar deve ser atento e apurado. Fácil? Nem um pouco. Dar conta de uma média de mais de 20 crianças por classe exige organização, síntese, análise e, muitas vezes, anotações no próprio momento.










Como fazer o registro 
 O bom e velho caderno é o melhor companheiro na hora de reunir informações. Nele, cada criança da sala de Glória tem uma página. Durante as atividades, ela só consegue anotar palavras soltas. No final da aula, as idéias são retomadas e as informações organizadas. Para o balanço diário, ela reserva cerca de 30 minutos. Tudo é discutido com a coordenadora semanalmente. Quando surgem dúvidas, Glória recorre aos colegas. O assunto é de todos: coordenadores, direção, equipe de apoio e pais.Quem não faz registros sistemáticos tem dificuldade na hora de entregar relatórios para a direção e corre o risco de fazer análises incorretas. "Os maiores desafios são organizar as idéias e escolher as melhores palavras", afirma Helena Cristina Cruz Ruiz, orientadora pedagógica da escola Maria Alice Pasquarelli. A solução? Escrever. Um acompanhamento contínuo é feito com registros individuais, do grupo e dos projetos.
Apesar de difícil no início, a atividade se torna prazerosa. Toda vez que retoma os registros, Glória se lembra dos rostinhos em diversas situações e se emociona. Suas cartas não são longas, mas são cheias de informações e de carinho.
No CEI Jardim Rodolfo Pirani, em São Paulo, além do caderno, são usadas câmera fotográfica e filmadora os pais assinam documento autorizando. "Fotos e vídeos ajudam no acompanhamento e na análise da evolução dos pequenos, mas precisam ter foco. Caso contrário, a escola acumula material sem valia", afirma a coordenadora pedagógica Maria Cristina dos Santos. Por meio das imagens que são selecionadas e entregues aos pais em um CD no final de cada ano letivo , ficam documentados o fim do uso das fraldas e a conquista da autonomia de meninos e meninas na hora do lanche. Dica: todas as imagens devem ser datadas e acompanhadas de um comentário. Se não há o que falar é porque elas são desnecessárias.
A verdadeira avaliação é uma via de duas mãos. Ao mesmo tempo que observa o crescimento da criança, você revê seus métodos, estratégias e intervenções (leia o quadro abaixo). As imagens de vídeo feitas pela coordenação da Rodolfo Pirani são vistas pelos professores em reuniões mensais. As melhores práticas de sala de aula são discutidas e apresentadas ao grupo. Os conflitos e os problemas também são colocados em pauta. "O objetivo não é expor ninguém, apenas provocar reflexões e respostas às principais dúvidas dos professores", diz Maria Cristina. Ao observar, o professor registra; ao registrar, reflete; ao refletir, planeja; ao planejar, avalia; e ao avaliar, replaneja. A avaliação para ser eficiente deve fazer parte dessa corrente.

Avaliação em forma de texto...
- Possibilita à criança e à família compreender os avanços no período.
- Facilita o planejamento de atividades específicas para as necessidades de cada um.

Os nove passos da avaliação
1. Planejar
2. Observar com olhar apurado
3. Investigar os processos de aprendizagem
4. Registrar e organizar as observações
5. Analisar os resultados
6. Comparar tarefas e atividades
7. Recortar os fatos mais relevantes
8. Comunicar a análise
9. Replanejar
 
 
Quer saber mais?
CEI Jardim Rodolfo Pirani, R. Cinira Polônio, 20, 08395-320, São Paulo, SP, tel. (11) 6753-5309
EMEI Maria Alice Pasquarelli, Praça Joaquim Figueira de Andrade, 60, 12221-220, São José dos Campos, SP, tel. (12) 3929-1854

BIBLIOGRAFIA
Educação Infantil: Muitos Olhares, Zilma Ramos de Oliveira, 190 págs., Ed. Cortez, 25 reais
Manual de Portfólio, Elizabeth Shores e Cathy Grace, 160 págs., Ed. Artmed, tel. (51) 3027-7000, 44 reais

 
obs: todos esses dados foram retirados da página da Revista Nova escola


sexta-feira, 1 de março de 2013

O Portfólio como método avaliativo


Esta postagem foi retirada da revista Nova Escola, é muito importante quando se refere ao Avaliar na educação infantil, usando o portfólio e mostrando como o ato avaliativo pode se tornar fonte de aprendizado tanto para os alunos, quanto para professores. Para os primeiros, no sentido de que eles estão sendo avaliados de uma maneira processual, e para os professores, quando eles retiram dessa avaliação, o diagnóstico para continuar sua pratica a partir de um novo planejamento, visando sempre a melhoria da mesma.
            É importante também que o professor busque meios diversificados para avaliar seus alunos, e tomem cuidado ao esperar deles algo que os mesmos ainda não conseguem fazer. Sair do tradicionalismo é preciso, porque a avaliação que se faz dos alunos nessa fase, pode influenciar muito no seu processo de aprendizagem e de crescimento. As crianças se sentem interessadas por aquilo que veem sentido, quando parte da realidade em que elas vivem, no meio em que estão inseridas, gostam de se divertir, brincar, passear, formam sua personalidade baseados no mundo ao seu redor, nas pessoas que dão sentido a sua vida.
            Cada criança se desenvolve no seu tempo, e chega na pré-escola com uma bagagem cultural diversificada, referente o ambiente em que vive. Essas questões dão ênfase à proposta de trabalhar com os alunos, o portfólio, onde será registrado tudo o que ocorreu desde a entrada da criança na instituição até o momento de avaliação final do processo. Portanto os pequenos não podem ser vistos e nem tratados da mesma maneira, como se todos fossem iguais, haverá momentos em que cada aluno tem apresentará dificuldades diferentes e o profissional da educação infantil deve usar diversos materiais para identificar se eles ainda apresentam as mesmas dificuldades de antes, e o que é preciso melhorar.
 

 
Avaliação
Observe como os pequenos transformam suas hipóteses com base nas experiências da rotina
 
Possibilite que as crianças descubram coisas novas e acompanhe como elas reelaboram as próprias hipóteses depois de investigá-las melhor
Registrar as atividades realizadas em um caderno, anotar as descobertas e avanços dos alunos e criar um portfólio dos trabalhos realizados, com fotografias das experiências vivenciadas pelas crianças são excelentes meios de avaliar as aprendizagens das crianças no eixo natureza e sociedade na pré-escola. É certamente uma abordagem mais interessante que a tradicional ficha de avaliação bimestral ou trimestral com uma lista simplificada das atividades desenvolvidas e classificações como "muito bom", "razoável" ou "precisa melhorar". Geralmente, esse é um tipo de avaliação muito vago para a EducaçãoInfantil.
Na hora de avaliar o que os pequenos aprenderam é muito importante manter o foco nas conquistas de cada criança. Não se deve comparar as aprendizagens do João às da Maria como se fossem iguais. Na pré-escola, o desenvolvimento se dá em ritmos diferentes para cada um e isso deve ser valorizado. Vale recuperar nos registros quais conhecimentos essas crianças tinham quando chegaram da creche ou sinalizar quando o primeiro contato delas com a escola foi aos 4 anos, já na pré-escola.
Você pode ordenar os registros e organizar perguntas específicas para cada um dos blocos mencionados em "o que trabalhar" (item 3 deste roteiro): a vida em sociedade, a valorização de diferentes culturas e tradições, a exploração de objetos e dos espaços, a compreensão de fenômenos naturais e o contato com diferentes animais e plantas.
Algumas perguntas que podem te ajudar a sistematizar a avaliação são: a criança é observadora e faz perguntas sobre objetos, situações e fenômenos observados? Ela fala sobre as experiências vividas no ambiente familiar? Sabe reconhecer e nomear os animais? Ajuda os colegas a cuidar das plantas da escola? Reconhece e consegue dar explicações, a seu modo, para os fenômenos naturais? Essas explicações se tornaram mais lógicas ao longo do ano? A criança se interessa pelas atividades de pesquisa e de exploração propostas?
Vale lembrar que as aprendizagens das crianças serão mais ricas se você oferecer a elas boas oportunidades de experimentar e descobrir coisas novas. Tenha isso em mente na hora de fazer o planejamento anual.
Para saber mais, leia a reportagem Melhor que boletim, sobre a avaliação na Educação Infantil.
 
           





segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Um pouco de "Avaliação"


Não dá para falar em avaliação na educação infantil sem tratar da avaliação em seu termo geral, e um dos teóricos que tem contribuído bastante com suas produções nesta área, é Cipriano Carlos Luckesi. O foco em destaque aqui é a avaliação da aprendizagem escolar, que relaciona conceitos abrangentes tanto à Educação Infantil, quanto as demais modalidades: Ensino Fundamental, Médio e Superior.
            Para tanto, se fez necessário postar neste ambiente a resenha do livro de Luckesi intitulado “Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições”, que foi solicitada pela disciplina de pesquisa educacional, com o objetivo de dar inicio as nossas produções a respeito do nosso tema de monografia, mas é importante também enfatizar alguns pontos que considero importantes ao avaliar na educação infantil.
1-    A avaliação infantil não pode ser trabalhada como uma pedagogia do exame. Muitas instituições de educação infantil se dizem construtivistas em teoria, mas na prática, utilizam as chamadas “provinhas” para avaliar seus alunos.
2-    Os erros devem ser usados como fonte de virtude e não como fonte de castigo, cada vez que uma criança mostra dificuldade em resolver uma tarefa, o professor deve aproveitar essa oportunidade para diagnosticar onde ocorreu o erro e orientar o aluno a refazer a tarefa e ter a oportunidade de acertar.
3-    Na prática de obtenção dos resultados escolares, os alunos são premiados através de notas que vão de zero a dez. Nas instituições de EI, essa premiação se dá pela distribuição de estrelinhas, que no caso, funciona com o mesmo propósito, separar quem alcançou os objetivos esperados, de quem não conseguiu alcançá-los.
4-    Para Luckesi, a avaliação deve ser acolhedora, integrativa e inclusiva, sendo por ele denominada de “Ato amoroso”. Esse ponto é muito relevante, pois, sendo a educação infantil considerada a primeira etapa da educação básica, as crianças devem se sentir acolhidas desde cedo no ambiente escolar, para se desenvolver com confiança no processo de aprendizagem, através de uma avaliação processual, que leve em consideração o desenvolvimento de todas as suas potencialidades.
 
Avaliação da Aprendizagem Escolar
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CURSO DE PEDAGOGIA
CENTRO DE EDUCAÇÃO
PESQUISA EDUCACIONAL
Profª Nanci Franco
Maria das Graças dos Santos Barbosa
 
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998.
  Cipriano Carlos Luckesi é licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Salvador (BA), em 1970; Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia, em 1976; Doutor em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em 1992. É professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, assim como pós-graduado em educação da mesma Universidade. Na obra intitulada Avaliação da Aprendizagem Escolar, Luckesi reúne um conjunto de artigos publicados ao longo de anos de trabalho sobre avaliação da aprendizagem. O livro está dividido em nove capítulos onde cada um corresponde a um texto que o autor escreveu em sua trajetória como pesquisador acerca do tema.
 
            O primeiro capítulo Avaliação da Aprendizagem Escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame diz que, na prática educativa de hoje, a avaliação passou a ser direcionada por uma pedagogia do exame. Segundo o texto, pais, sistemas de ensino, profissionais da educação, professores e alunos estão mais interessados na promoção do aluno de uma série para outra. Quando o professor nota que seu trabalho não está surtindo efeito, ele usa a prova como um fator negativo de motivação. Fazendo que o estudante se dedique aos estudos não porque os conteúdos sejam importantes, mais sim porque estão ameaçados por uma prova. Se a avaliação estiver baseada numa pedagogia do exame, não cumprira sua função de subsidiar a melhoria da aprendizagem.
 
            No segundo capítulo Avaliação Educacional Escolar: para além do autoritarismo, Luckesi (1998) relata que a avaliação é dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, trazido em prática pedagógica e se torna autoritária na medida em que é usada como um mecanismo de reprodução e conservação da sociedade. A avaliação nas escolas brasileiras, está a serviço de uma pedagogia dominante, identificada como modelo social liberal conservador, esse modelo de sociedade produziu três pedagogias diferentes. A pedagogia tradicional; a pedagogia renovada ou escolanovista; e a pedagogia tecnicista.  Para romper com essas pedagogias, foi nascendo uma nova prática educacional, denominada de pedagogia libertadora, inspirada nas atividades do professor Paulo Freire. Depois surgiram dois grupos de pedagogias, a pedagogia libertaria, e a pedagogia dos conteúdos socioculturais representadas pelo grupo do professor Demerval Saviani.
 
            O terceiro capítulo, Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de virtude, fala dos diferentes tipos de castigos usados para coagir os alunos, desde os mais antigos como a palmatória, até os que ainda acontecem nos dias de hoje, a ameaça de reprovação, de teste relâmpago, deixando os alunos bem assustados. Luckesi fala que o erro na prática escolar, deveria ser usado como fonte de virtude, de crescimento, e não como fonte de castigo. Para isso é necessário compreender a sua constituição (como é esse erro?) e origem (como ocorreu esse erro?), a partir daí é possível superá-lo.
 
            No quarto capítulo Avaliação do aluno: a favor ou contra a democratização do ensino, o autor discute se a atual prática da avaliação escolar está a favor ou contra a essa democratização, levando em conta o acesso universal ao ensino; a permanência do educando na escola e a consequente terminalidade escolar; e a questão da qualidade do ensino. Para tanto ele leva em consideração a avaliação diagnóstica, para que ela seja possível, é preciso compreendê-la e realizá-la comprometida com uma concepção pedagógica. Luckesi enfatiza ainda a avaliação participativa, em que o objetivo da participação é professor e alunos chegarem juntos a um entendimento da situação de aprendizagem, dos resultados obtidos, etc.
 
            O quinto capítulo é intitulado, Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? Mostra que na prática da compreensão do aproveitamento escolar, cada acerto nas provas corresponderá a um numero de pontos, que já foi previamente estabelecido. Depois o professor irá transformar essa medida em nota de 0 a 10 ou conceito de péssimo a excelente, onde ele vai obter o resultado. Ao final o professor, tem diversas formas de utilizar esses resultados, pode registrá-lo na caderneta de alunos, ou oferecer ao aluno, caso ele tenha obtido uma nota ou conceito inferior, a oportunidade de melhorar, fazendo uma nova avaliação, ou diagnosticar as dificuldades de aprendizagem de seus alunos e trabalhar para que eles superem essas dificuldades.
 
            No capítulo seis sobre, Planejamento e avaliação na escola: articulação e necessária determinação ideológica trata da importância do ato de planejar. Para o autor, “Planejar é atividade intencional pela qual se projetam fins e se estabelecem meios para atingi-los”. Existem vários tipos de planejamento, no âmbito escolar, existe o planejamento educacional; o planejamento curricular; e o planejamento de ensino. A atividade de planejar deve se dar coletivamente. Em sua relação com a avaliação, o planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, e a avaliação é o ato crítico que ajuda a verificar como estamos construindo um projeto.
 
            Segundo o capítulo sete, Por uma prática docente crítica e construtiva, a prática educativa deve ser crítica no sentido de se desenvolver práticas docentes que estejam relacionadas ao contexto social em que se vive, e construtiva na medida em que sejam usados princípios científicos e metodológicos que auxiliem na construção do ensino e da aprendizagem para o desenvolvimento do educando. Os elementos do ensino-aprendizagem são quatro: assimilação receptiva de conhecimentos e metodologias; exercitação de conhecimentos, metodologias e visões de mundo; aplicações de conhecimentos e metodologias; e inventividade.
           
            No capítulo oito sobre Planejamento, Execução e avaliação no ensino: A busca de um desejo é tratado novamente a questão do planejamento em geral e o planejamento do ensino, qualquer tipo de planejamento é mediado por uma necessidade, serve para a produção de resultados que sejam satisfatórios à vida pessoal e social. Para isso Luckesi enfatiza a necessidade da atenção plena do planejamento, dos conhecimentos na atividade de planejar, o planejamento da atividade pedagógica como atividade coletiva e a execução do planejamento no ensino.
            No ultimo capítulo, Luckesi define a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, por que ela é acolhedora, integrativa e inclusiva, ou pelo menos é o que deveria ser. Para cumprir as funções da avaliação, é necessário estar atento a alguns cuidados para colocá-la em prática. Primeiro respeitar as respostas dos alunos e usá-los como diagnóstico, para uma possível reorientação da aprendizagem; construir instrumentos avaliativos articulado com os conteúdos ensinados durante o período da pesquisa; compatibilizar os níveis de dificuldades do que está sendo avaliado com o que foi ensinado e aprendido; usar uma linguagem clara e compreensível e construir instrumentos que auxiliem a aprendizagem dos alunos.
            Por ultimo, Luckesi enfatiza a questão do processo de correção e devolução dos instrumentos de avaliação. Segundo ele não é necessário riscar toda a prova de vermelho, por ser uma cor carregada de expressões negativas no cotidiano, principalmente a respeito da nota vermelha que persegue a vida de muitos alunos. Quanto à devolução das avaliações, ele diz que o professor deve as entregar pessoalmente aos educandos, para poder comentá-las e ajuda-los a entender por que tiraram tais notas.
 
            Portanto vê-se nessa obra a importância de analisar qual o papel que a avaliação está ocupando nas escolas brasileiras, e como trabalhar para melhorar a maneira de professores avaliarem seus alunos. O autor dá ênfase também a avaliação diagnóstica e participativa, para que haja sempre uma preocupação com o educando, de que a avaliação contribua para a permanência deste no ambiente escolar, e que a sua maneira o professor encontre o caminho certo para auxiliar no desenvolvimento do educando fazendo do ato de avaliar , um ato amoroso.
 
            Dessa maneira, Luckesi conclui que, o ato de avaliar, por sua constituição mesma, não se destina a um julgamento “definitivo” sobre alguma coisa, pessoa ou situação, pois não é um ato seletivo. A avaliação se destina ao diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão; destina-se à melhoria do ciclo de vida. Deste modo, por si, é um ato amoroso. Infelizmente, por nossas experiências histórico-sociais e pessoais, temos dificuldades em assim compreendê-la e praticá-la. Mas... fica o convite a todos nós. Em uma meta a ser trabalhada, que com tempo, se transformará em realidade, por meio de nossa ação. Somos responsáveis por esse processo.
            A presente obra Avaliação da Aprendizagem Escolar é indicada a educadores e alunos do curso de pedagogia, de licenciaturas e de formação do magistério pela grande importância  e contribuição que o tema avaliação tem em todas essas áreas.
 
Autora: Maria das Graças dos Santos Barbosa
Email: gracabarbosa.06@hotmail.com